Casar...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Para as moças



Sempre odiei terminar um relacionamento. Posso citar meia-dúzia de motivos para tal fobia, mas o que me salta aos olhos agora é que nunca soube lidar com a reação deles. Talvez pela minha inabilidade de lidar com meus próprios sentimentos, fui campeã em quebrar corações e ser implacável com eles, ou com quem sentisse alguma coisa por mim. Medo. É a palavra que melhor define o que sentia.


Esse medo se enraizou de tal forma, que desenvolvi uma couraça anti-sofrimento amoroso que me fazia pular fora ao primeiro sinal de que a vaca iria para o brejo. Os meninos de plantão podem não achar nada demais nisso, até porque acho que eles vêm com um sensor-aranha implantado que os fazem correr como loucos de relacionamentos complicados. Por isso esse post é para as meninas: nós crescemos achando que o amor é uma batalha, que quem persevera vence, e que não há prêmio sem suor. E eu era o patinho-feio entre as meninas...


O primeiro relacionamento em que me forcei a ficar nele até sentir a vaca no brejo, mugindo feliz, foi quando entrei na faculdade. Tudo bem que terminei às vésperas do nosso aniversário de 2 anos (pelo que me lembre) e que fui novamente cruel (1 mês e já estava namorando outro), então não foi tudo o que pensava que seria, mas fato é que sofri. Não que não tenha sofrido nos outros relacionamentos, mas nesse eu sabia que tinha feito tudo o que podia para tornar o amor possível (até uma razão para eu ter entrado tão rápido num outro relacionamento). Mais mulherzinha impossível, não?


Eis que, enquanto achava que tinha feito tudo certo, descubro que meu dedo podre para homens - minha avó adorava dizer isso das mulheres da família, todas com sérios problemas amorosos - havia transmutado para um dedo podre para mim mesma! Não é que meses depois o tal ex começa a namorar uma menina que ele nunca gostou, fica noivo, casa e constitui família, com direito a prole? Hunft. E graças a mim!


Esclareço: nossa maior briga era por conta do cordão umbilical dele (não-literalmente, ok? Diz-se da relação de co-dependência entre pais e filhos, precisamente entre mãe e filho). Como sempre tive sorte com sogras, tinha uma que levava muito a sério essa lance de Complexo de Édipo (o lance de Jocasta casar e ter filhos com o filho dela, Édipo... - não, ela não sabia...). Já viram o problema... Enfim, após nosso término, não é que o rapaz "rompe" com a mãe dependente e vai viver a vidinha dele com a outra? Super Cacá! Consertando os homens alheios (será que isso queima karma?).


O problema é que este fenômeno me deixou marcada. A ponto de outro dia, durante uma briga com o Di, mencionar que ele ia ficar solteiro e que ia fazer tudo o que eu queria que ele melhorasse com outra e que eu teria consertado mais um para a mulherada. Ok, quem conhece o Di pode rir...


Mas a questão permanece: será que todas nós nos desgatamos em relacionamentos para outras colherem os frutos? De cara consigo pensar em duas outras amigas que já relatarm o mesmo problema. Então, devemos nós, mulheres preocupadas com nossas futuras rugas, nos desgastar com carinhas que não serão nossos no final? Pior: como separar o fruto sadio da maçã envenenada da Branca de Neve? Será que não é mais fácil largar a vaca de mão assim que ela dá aquela flertada com o brejo, tal como os homens fazem?


Em tempo: não, não vou botar o Di no mercado e não, não estamos em crise casamentícia. Só estou cansada de falar de casamento, mas ainda na fase ultra mulherzinha...


Cenas do próximo capítulo: será que toda a noiva fica com a feminilidade à flor da pele? Ou será que larguei a minha objetividade jornalística na esquina e fui olhar grinaldas na vitrine? Pausa para reflexão.

4 comentários:

Unknown disse...

hum.. adorei.. acho que tb ja consertei alguns por ai.. ai fico achando homem um bicho mt burro! mas beleza aceito essa missão, e ta la mais um lapidado para a proxima... hunfz.

Fernanda disse...

tenho acompanhado seu blog...

me identifiquei com a situação...
o pior é que eu consertei e outra pegou bonzinho, domado e da forma que eu sempre quiz, só que não era mais pra mim...

ufff

fazer o quê?

esperar o certo aparecer pra mim!

beijos!

Diogo disse...

o mais importante foi o penúltimo parágrafo!! rsss
bjuxxx!

Bruno S disse...

E vocês nunca se aproveitaram de alguém consertado por outras?